O olhar do cineasta Karim Aïnouz sobre a solidão e a esperança

 

 “Quando você me deixou, meu bem

Me disse pra ser feliz e passar bem

Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci

Mas depois, como era de costume, obedeci.”

(Olhos nos Olhos, de Chico Buarque)

 

Karim Aïnouz é um cineasta sem rótulos, seus filmes trilham por um caminho pessoal e inclassificável. No longa-metragem “O Abismo Prateado”, Aïnouz se inspira na canção “Olhos nos Olhos”, gravada em 1976 por Chico Buarque, e mostra seu olhar sobre solidão, o abandono e a esperança no ponto de vista feminino.

O filme conta a história de Violeta, vivido pela atriz Alessandra Negrini, uma mulher casada e com um filho, que ao receber uma mensagem de voz de seu marido Djalma (Otto Jr.) vê a sua vida desmoronar. Diante de um ato de covardia, Djalma evita o olho no olho e vai embora sem explicações. Abandonada e desesperada por respostas, ela parte atrás dele, ignorando o seu conselho.

“O Abismo Prateado” é um filme de percepções em que a música de Chico Buarque conduz a sua narrativa. Segundo o cineasta, num bate papo no programa do Metrópolis, da TV Cultura, o filme deixa o espectador livre para imaginar a sensação e qual será a próxima reação de Violeta, envolvendo-o na jornada desta mulher comum que tenta lidar com a dor, quase física.

Premiado no Festival do Rio 2011 nas categorias melhor diretor e também como melhor fotografia, som e atriz no Festival de Havana, “O Abismo Prateado” é um filme interessante para conhecer um pouco mais do trabalho desse grande cineasta brasileiro.

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