Berlinale 2019: a representatividade feminina no cinema

A 69ª edição da Berlinale destaca-se pela representatividade feminina, seja como membros do juri, tendo uma mulher na presidência, a renomada atriz e realizadora Juliette Binoche, bem como na frente das câmeras e atrás dela, atuando nas mais  diversas funções.

Segundo dados do Festival, dos 7.861 filmes enviados ao comitê de seleção, aponta que 32,9% das produções filmicas foram realizados por mulheres, e 62,7% são assinadas por homens. Dos 400 filmes selecionados, 45% foram dirigidos por mulheres, e 52% por homens. Nas funções como edição, 36,1% são ocupados por mulheres; na produção, 32,6%; como roteirista, 33,9%, mas na direção de fotografia, é marcado por uma desigualdade gritante, apenas 18,5% contra 67,8% com homens assumindo o cargo.

Cena do filme "Eliza y Marcela", da cineasta espanhola Isabel Coixet.

Na direção de filmes, em especial na seleção principal, dos 17 títulos selecionados, 7 são dirigidos por mulheres, e concorrem o tão desejado Urso de Ouro. São eles, os longas-metragens "The Kindness of Strangers", de Lone Scherfig; "I Was At Home, But" de Angela Schanelec; "God Exists, Her Name is Petrunya", de Teona Mitevska; "Mr. Jones", de Agnieszka Holland; "Elisa y Marcela", de Isabel Coixet; "System Crasher", de Nora Fingscheidt; e "The Ground Beneath My Feet", de Marie Kreutzer.

Nas últimas edições, 2018 e 2017, a cineasta romena Adina Pintilie, que dirigiu o longa-metragem "Não me Toque", e a hungura Ildiko Enyedi, com "Corpo e Alma", respectivamente, receberam o Urso de Ouro. Ambas produções são bem interessantes, recomendo. A minha espectativa é que isso novamente se repita: outra mulher tendo seu trabalho reconhecido e premiado.

Cena do filme "Flatland", da diretora sul-africana Jenna Bass.

É um recorde entre os grandes festivais de cinema: no ano passado, Cannes teve três, e Veneza, somente uma diretora na competição principal. E as atuais nomeações para melhor filme do Oscar não incluem nenhuma mulher…. – Veja mais em https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/02/06/mulheres-marcam-presenca-no-festival-de-cinema-de-berlim.htm?next=0001H48402U48N&cmpid=copiaecola

Vale ressaltar, a abertura das três mostras principais tem mulheres na diração, sendo na Mostra Competitiva o filme "The Kindness of Strangers", da cineasta dinamarquesa Lone Scherfig, também uma das fundadoras do movimento Dogma 95. Já na Mostra Panorama, "Flatland", da diretora sul-africana Jenna Bass, e na Mostra Forum abre com "Die Kinder der Toten", de Kelly Cooper e Pavol Liska.

Os prêmios honorários também reconheceram os trabalhos de duas figuras femininas importantes no cinema, a excelente atriz britânica Charlotte Rampling, que atuou em filmes como "Operação Red Sparrow" (2018), "Hannah" (2017), "45 Anos" (2015), que pode ser conferido nossa crítica aqui, entre outros.; e a maravilhosa cineasta Agnés Varda, que também exibirá seu novo documentário "Varda por Agnès", nos presenteando com sua história como realizadora, sua arte e processo criativo, que ainda encanta e marca a história do cinema mundial.

 

 

 

É um recorde entre os grandes festivais de cinema: no ano passado, Cannes teve três, e Veneza, somente uma diretora na competição principal. E as atuais nomeações para melhor filme do Oscar não incluem nenhuma mulher…. – Veja mais em https://www.bol.uol.com.br/noticias/2019/02/06/mulheres-marcam-presenca-no-festival-de-cinema-de-berlim.htm?next=0001H48402U48N&cmpid=copiaecola

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