Há dois anos o mundo perdeu um artista pluralista fantástico e genial, que influenciou diversos movimentos artísticos e várias gerações. Lembro como se fosse hoje o meu primeiro contato com Bowie (1947-2016). Foi durante infância – aos sete anos mais ou menos -, através do cinema, nem imaginava na época quem era, mas foi algo mágico e marcante, sem dúvida.
O novo longa-metragem sobre o artista, “David Bowie: Os Últimos Cincos Anos” ("David Bowie: The Last Five Years"), dirigido por Francis Whately, que também fez "David Bowie: Five Years" (2013), vai mais além do que o próprio título do filme nos diz. Nos leva a mergulhar no universo desse Camaleão, uma viagem prazerosa. Algo que, com certeza, agradará muito.
"Olhar para a extraordinária criatividade de Bowie nos últimos cinco anos de sua vida me permitiu reexaminar o trabalho de sua vida e ultrapassar a visão simplista de que sua carreira simplesmente se baseava na mudança", menciona Whately.
Através de entrevistas, imagens de arquivos em que apresenta cenas inéditas da vida do artista, suas obsessões estéticas, influências e, inclusive, bastidores dos discos “The Next Day”, de 2013, e “Blackstar”, de 2016, lançado dois dias antes de sua morte, o diretor tenta destrinchá-lo ao longo do documentário de formato tradicional. Ponto esse que poderia, a meu ver, ter sido ousado e experimentado mais esteticamente.
"David Bowie: The Last Five Years" é um tributo a esse ícone, que completaria 71 anos no dia 8 de janeiro de 2018. Ardiloso observador da sociedade, Bowie conseguia expressar com maestria o que pensava. Seu processo criativo incessante será sempre uma fonte de inspiração.