O Festival de Cannes 2013 foi surpreendido com o novo trabalho do cineasta franco-tunisiano Abdellatif Kechiche. “La Vie d'Adèle” é seu primeiro longa-metragem exibido em Cannes e provocou polêmica pelas fortes cenas de sexo. Porém, conquistou a crítica e levou a Palma de Ouro.
O drama de “La Vie d'Adèle” surgiu da combinação da graphic novel “Blue Is The Warmest Colour”, de Julie Maroh, e do projeto de um roteiro que já tinha em mente desenvolver. O filme mostra a história de Adèle (Adèle Exarchopoulos), jovem que se apaixona por Emma (Léa Seydoux). Sem poder revelar seus anseios, ela se entrega a este amor secreto, ao mesmo tempo, trava uma guerra com a família e a moral vigente.
O filme levanta uma questão muito discutida e tem gerado muitas controvérsias, principalmente na França na qual desenrola a história. A sociedade francesa vive um momento político delicado em relação ao casamento entre homossexuais devido à revolta de religiosos e conservadores.
A atriz Adèle Exarchopoulos acredita que o filme possa contribuir com debates sobre o assunto tanto na França como em outras partes do mundo. “Mas se ajudar a aumentar a tolerância entre as pessoas, certamente vai ser gratificante", declarou.
Em uma entrevista durante o Festival, Kechiche mencionou que não teve intenção de levantar uma bandeira e muito menos medo de retratar uma história de amor entre duas mulheres. Segundo ele, o que realmente conquistou a crítica foi “o retrato psicológico e emocional das protagonistas”.
"Nós nos sentimos privilegiados de assistir a esse filme, e não incomodados (…). É a história de um amor profundo, magnífico. O diretor usou uma narrativa ousada. Ficamos encantados com o filme, com as atrizes formidáveis. O diretor permitiu que as personagens realmente ganhassem vida", declarou Steven Spielberg na entrevista coletiva à imprensa após o término da cerimônia de encerramento do Cannes.
Se você ficou interessado em assistir o longa-metragem pode ficar tranquilo, pois terá distribuição garantida no Brasil. Mas o único problema que ainda não tem data definida.
Confira um trecho do longa-metragem:

Erica Ribeiro
Comunicóloga, escritora, cineasta e também jardineira. É cofundadora do Coletivo Pausa, cofundadora/editora-chefe do EntreLinha, uma cinéfila incorrigível, amante das artes e da literatura.
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