Yayoi Kusama: da obsessão à arte

A renomada artista japonesa Yayoi Kusama, considerada um dos grandes ícones da Pop Art nas décadas de 50 e 60, conseguiu criar uma ponte entre a arte japonesa e a arte ocidental. Chegou a morar em Nova York no final da década de 50, período em que a Pop Art despontava na cena artística, teve contato com grandes nomes da arte, principalmente Andy Warhol.

A arte de Kusama, em relação a Andy Warhol, trilhou por caminhos opostos dentro do movimento. Ela ficou conhecida no meio, principalmente, por seus happenings – ações espontâneas em que há participação voluntária do público – com cunhos políticos e sociais.

Yayoi Kusama foi a primeira artista mulher a representar o Japão na Bienal de Veneza. No mesmo ano, em 1993, em homenagem a esse fato, ganha uma exposição com uma retrospectiva de suas obras.

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Em seus trabalhos, as representações de símbolos e imagens arquetípicas são expressões de si mesma e do mundo que a cerca. Suas obras impactantes transitam em diversas linguagens: escultura, pintura, instalação, vídeo, performance e happening, além de ter se dedicar à escrita em certo período, publicando novelas, contos e poemas surrealistas.

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Vítima de alucinações visuais que interconectam padrões e cores que a acompanha desde a infância, devido o diagnóstico de transtorno obsessivo compulsivo e histeria, Kusama passou a desenvolver uma obsessão por bolinhas. 

Os sofrimentos causados pela doença foram transformados em arte, como uma forma de terapia, em que a artista canalizava essas sensações. Até o próprio processo de criação de seus trabalhos são intensos e obsessivos, no qual a artista desprende grande energia, tanto emocional quanto física, que são materializadas e podem ser sentidas em suas obras.

Aos 89 anos, Kusama ainda mora em uma clínica psiquiátrica situada em Tóquio, no Japão, desde 1977, por vontade própria, onde também tem instalado seu ateliê, em que ainda produz, compulsivamente, obras impressionantes.