Documentário brasileiro é premiado no Festival de Cannes 2016

 

O cineasta Eryk Rocha, que transita entre o cinema documental e o ficcional, leva o troféu L'Oeil d'Or (O Olho Dourado, em tradução livre), premiação paralela do Festival de Cannes 2016, como Melhor Documentário para sua nova produção: “Cinema Novo” (2016).

"Cinema Novo" retrata, a partir fragmentos de cenas marcantes de 130 filmes clássicos que foram filmados entre 1955 e 1975, de forma inventiva e poética, tendo a ditadura em seu encalço. Um documentário que aborda que sobre esse expressivo movimento cinematográfico brasileiro que despontou na década de 60.

Influenciado pelo neo-realismo italiano e pela Nouvelle Vague, o cineasta e crítico baiano Glauber Rocha (1939-1981), pai do diretor do filme, apresenta uma linguagem cinematográfica própria ao Cinema Novo, que propõe um rompimento dos padrões cinematográficos estrangeiros, porém, com um cinema autenticamente nacional e autoral. O movimento também teve como principais expoentes os cineastas Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988), Ruy Guerra, Leon Hirszman (1937-1987) e Cacá Diegues. 

"Era um movimento de futuro, que questionava qual é o lugar da política e do cinema no mundo em que se vive. Se o filme criar esse espaço de reflexão, já me dou por satisfeito", disse o diretor durante entrevista em Cannes.

O júri, que foi presidido pelo cineasta italiano Gianfranco Rosi, que dirigiu os filmes “O Justiceiro no Quarto 164” (2010), “Sacro GRA” (2013) e o “Fogo no Mar” (2016), premiado com o Urso de Ouro no Berlinale – Festival Internacional de Berlim deste ano, mencionou que documentário “Cinema Novo é um filme-manifesto sobre a vigência de um movimento cinematográfico quase esquecido dos anos 1960".

Até o momento, o documentário ainda não tem previsão de lançamento.