Espelho Hexagonal: em busca de si mesmo

Eu, meu analista, meu pai.
Precisei de um para ver o outro.
Para me ver.
Aprendendo a ver,
não vejo três, vejo quatro.
Há um espelho,
espelho hexagonal, uma só pessoa.

(Poema "Espelho Hexagonal", de Thiago Brasil)

 

O filme “Espelho Hexagonal”, premiado no 12 Months Film Festival, na Romênia, em 2015, na categoria Melhor Ator do Mês para Rafael Sieg e como Melhor Filme do Mês, pelo júri e votação do público, agora classificado para a competição anual do Festival que ocorre esse ano, é mais trabalho do cineasta Maurício Canterle.

O filme é baseado no poema do Thiago Brasil, que também assina, juntamente com Canterle, o roteiro do filme. A trama centra-se na história de Caio, jovem em conflito existencial que flerta com seus abismos, mas cai na estrada com o intuito de buscar a si mesmo. E nesse processo, ele revisita suas memórias.

“Espelho Hexagonal” abre com um prólogo. Sem a presença de diálogo, bem como vemos ao longo da história, o espectador é conduzido pela trilha sonora – composta por Rodrigo Nassif com participação de Leandro Schirmer -, empregada como um elemento narrativo. No final do prólogo, a trilha mescla-se com sons pesados denotando os conflitos internos do protagonista, na qual se potencializa com os enquadramentos e movimento de câmera criativo.

Quando Caio (Rafael Sieg) vai à terapia, a trilha parece ganhar outra função dentro das cenas, é como se representasse o próprio dialogar do protagonista com seu terapeuta (Maurício Schneider). O cineasta também explora a cor como ferramenta narrativa, na qual transmite através desse elemento as emoções da personagem.

O trabalho minucioso da direção de arte chama a atenção.  Além disso, as paisagens e algumas construções de Santa Maria e da cidade histórica de Tupanciretã, no Rio Grande do Sul, que são palcos do filme, brilham com sua beleza singular através da ótima direção de fotografia, assinada por Felipe Rosa.

O cineasta também tem outro trabalho cinematográfico na bagagem, o filme “Quanto mais suicidas, menos suicidas”, que foi exibido na Mostra Gaúcha de Curtas do 43º Festival de Cinema de Gramado, em agosto de 2015. Não deixe de conferir a crítica aqui.

UM OLHAR POR TRÁS DAS CÂMERAS

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Fotos cedidas por Maurício Canterle/Pedro Krum